O ano de 2022 para o Ceará foi cheio de altos e baixos. Enquanto fazia uma excelente campanha na Copa Sul-Americana (chegando a disputar as quartas de final da competição), a Série A do Brasileirão foi ficando de lado e o Vovô não conseguiu garantir a permanência na elite do futebol brasileiro.
Na temporada passada, o Ceará registrou o maior orçamento de sua história, atingindo a marca de R$ 165,7 milhões. Mesmo com o alto valor, o clube registrou um déficit nas contas de R$ 6,1 milhões, o que não ocorria desde 2014.
Por causa do resultado negativo do período, o Patrimônio Líquido do clube sofreu redução e apresentou um saldo de R$ 1,1 milhão em 2022, representando 1,9% do total passivo (soma do patrimônio líquido com valor das dívidas/despesas). Para fins de comparação, em 2021, o saldo era de R$ 7,2 milhões e representava 12,7% do total passivo.
O rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro foi decisivo para o déficit nas contas do clube. Com isso, o Ceará deixou de receber a premiação dada aos clubes que permanecem na Série A do Brasileirão.
Em 2022, o Fortaleza obteve um superávit no valor de R$ 571.875,03. Os dados, disponíveis no Leão Transparente, mostram que o Tricolor do Pici teve uma receita líquida de R$ 137.628.400 e custos e despesas no valor de R$ 136.496.524,97.
Em receita bruta, o clube obteve R$ 141.090.000, uma diminuição de 4,5% em comparação com o valor de 2021, que foi de R$ 148.446.735,64. Em bilheteria o Tricolor arrecadou um montante de R$ 15.390.000, com jogos pelo Campeonato Cearense, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Série A do Brasileirão e campeonatos internacionais. Com os direitos de transmissão, foram arrecadados R$ 67.360.000 pelas mesmas competições citadas anteriormente.
No orçamento do Leão do Pici, chama a atenção a diferença de valores gastos com o futebol profissional e o futebol feminino, que é categorizado como “despesas com outras categorias” e não entra no futebol profissional do clube. Com os salários dos jogadores do masculino, foram gastos mais de R$ 26 milhões em 2022. Já o futebol feminino recebeu um investimento de R$ 480 mil, uma diferença de R$ 26.160.000.
Para 2023, o Fortaleza prevê uma receita bruta de R$ 208.600.000 milhões e uma receita operacional líquida na faixa de R$ 203.281.000, o que corresponde a um crescimento de, aproximadamente, 50% em relação ao orçamento de 2022. No que se refere às despesas, o orçamento prevê custos e despesas próximos aos R$ 201.958.010,12, o que representa um crescimento de aproximadamente 48% em relação ao ano de 2022.
De acordo com a previsão orçamentária, o clube prevê um superávit operacional, em 2023, na ordem de R$ 1.322.989,88 milhão. Incluindo as despesas financeiras e juros com empréstimos, a previsão é de um superávit de R$ 745.989,88.
Ceará e Fortaleza continuam entre os 30 clubes mais valiosos do Brasil, de acordo com estudo realizado pela consultoria especializada em marketing esportivo Sports Value, que faz uma avaliação detalhada dos 30 principais times de futebol do País.
Os 30 clubes mais valiosos do Brasil, juntos, somam R$ 33,2 bilhões frente aos R$ 25,3 bilhões de 2021, um aumento de 31%. É o que mostra a terceira edição do estudo, que abrange o ano de 2022 e leva em consideração aspectos como as receitas e o potencial esportivo da marca, além do potencial do mercado consumidor.
Os times mais valiosos do Brasil são Flamengo e Palmeiras que valem, respectivamente, R$ 3,8 bi e R$ 3,4 bilhões. Ceará e Fortaleza estão entre os times com maior crescimento percentual.
Em 2021, o Tricolor estava na 18ª colocação e, em 2022, passou para a 16ª posição, uma variação de 56%. Já o Ceará estava na 24ª posição e, agora, figura na 20ª colocação, fechando o top 20 com 52% de variação.
Veja o Ranking completo:
1º - Flamengo: R$ 3,787 bilhões
2º - Palmeiras: R$ 3,410 bilhões
3º - Atlético-MG: R$ 3,127 bilhões
4º - Corinthians: R$ 2,991 bilhões
5º - Internacional: R$ 2,314 bilhões
6º - São Paulo: R$ 2,214 bilhões
7º - Athletico-PR: R$ 2,094 bilhões
8º - Santos: R$ 1,415 bilhão
9º - Grêmio: R$ 1,407 bilhão
10º - Fluminense: R$ 1,399 bilhão
11º - Red Bull Bragantino: R$ 872 milhões
12º - Botafogo: R$ 823 milhões
13º - Vasco da Gama: R$ 730 milhões
14º - Cruzeiro: R$ 686 milhões
15º - Bahia: R$ 594 milhões
16º - Fortaleza: R$ 545 milhões
17º - Atlético-GO: R$ 532 milhões
18º - América-MG: R$ 500 milhões
19º - Coritiba: R$ 490 milhões
20º - Ceará: R$ 445 milhões
21º - Sport: R$ 408 milhões
22º - Juventude: R$ 320 milhões
23º - Guarani: R$ 308 milhões
24º - Goiás: R$ 306 milhões
25º - Náutico: R$ 277 milhões
26º - Santa Cruz: R$ 272 milhões
27º - Ponte Preta: R$ 256 milhões
28º - Avaí: R$ 243 milhões
29º - Cuiabá: R$ 242 milhões
30º - Chapecoense: R$ 214 milhões
De 2021 para 2022, o Ceará subiu quatro posições no ranking e agora é o 20º mais valioso do Brasil, com valor de R$ 445 milhões. As receitas sem as transferências de atletas cresceram 69% em 2021. O “ativo total” do clube está orçado em R$ 57 milhões, e a dívida é de R$ 32 milhões — outro grande exemplo de boa administração, segundo o estudo.
O Fortaleza continua subindo posições no ranking e está com um valor de R$ 545 milhões. Em comparação com 2021, as receitas sem transferências cresceram 127%. O ativo total do clube em 2022 é de R$ 66 milhões; as dívidas estão em R$ 36 milhões. Segundo o estudo, o Tricolor do Pici é um dos melhores exemplos de boa gestão no futebol brasileiro.