Ceará em Síntese

Segundo dados da Secretaria da Fazenda (Sefaz) do Ceará, em 2024, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi de cerca de R$ 20,2 bilhões. 


A tabela a seguir apresenta as 50 atividades econômicas que mais contribuíram para a arrecadação do ICMS. Nesse sentido, entender quais setores lideram esse ranking é essencial para identificar as principais fontes de receita do Estado, a fim de orientar políticas públicas e compreender a dinâmica econômica local.




ARRECADAÇÃO DE ICMS 2024  R$ 20.233.946.691,68


Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da Sefaz (2024)

Observa-se que o setor que mais contribuiu para o ICMS foi o de “Fabricação de produtos do refino de petróleo”, representando 12,18% do total do imposto arrecadado em 2024. Em seguida, destacam-se as atividades de “Distribuição de energia elétrica” e “Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina” representando, respectivamente, 8,18% e 5,32% do total. Desse modo, esses três setores juntos apresentam participação expressiva igual a, aproximadamente, 26%.


Esse cenário evidencia o peso do setor de energias e combustíveis na economia cearense, mostrando sua importância estratégica para a arrecadação. Além disso, reflete a relevância de energia e combustíveis mais sustentáveis, como o biodiesel e álcool, enquanto a distribuição de energia elétrica também pode incluir fontes renováveis, como a solar e a eólica.


Em 4º lugar no ranking, encontra-se o setor de “Fabricação de cervejas e chopes”, com participação relativa igual a 4,5%. Em seguida, destacam-se as atividades de “Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano” e “Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral”, que representam 3,48% e 3,28% do total, respectivamente.


Embora com menor representatividade, as atividades de “Geração de energia elétrica” e “Produção de gás, processamento de gás natural” também aparecem no ranking, evidenciando a relevância da transição para uma matriz energética mais renovável no Estado.


Ademais, a tabela destaca a relevância de setores como o comércio de eletrodomésticos e equipamentos de áudio, vestuário, cosméticos, materiais de construção e a fabricação de automóveis, evidenciando o dinamismo de atividades ligadas ao consumo e à indústria, compatível com o ritmo acelerado de crescimento da economia cearense em 2024.


Outro ponto que merece atenção é a elevada concentração da arrecadação em poucos setores econômicos. Conforme a tabela a seguir, as cinco maiores atividades representam cerca de 34% do total de ICMS em 2024. Considerando as 10 maiores atividades, a participação é igual a 43,50%, enquanto para as 25 maiores é de 58,65%. Por fim, as 50 maiores atividades concentram 70,91% da arrecadação. Isso pode evidenciar pouca diversificação na economia cearense, com forte dependência de poucos setores para a arrecadação estadual.


ARRECADAÇÃO NO ESTADO


CNAES CONCENTRAÇÃO
5 MAIORES 33,67%
10 MAIORES 43,50%
20 MAIORES 58,65%
50 MAIORES 70,91%


Dessa forma, a concentração da arrecadação estadual em poucos setores, como petróleo e produção de álcool e biodiesel, reforça a necessidade de políticas voltadas à diversificação da base produtiva, com estímulo a outros segmentos e ao fortalecimento de cadeias produtivas locais, como os setores de móveis, vestuário e calçados. 


Além disso, é fundamental ampliar os investimentos em fontes renováveis, considerando o elevado potencial do Ceará nesse campo, especialmente diante da baixa participação da atividade de “Geração de energia elétrica”, que, embora presente no ranking, representa apenas 0,7% do total arrecadado.


Por fim, é estratégico investir no setor de tecnologia, que ainda tem baixa representatividade na arrecadação, pois é fundamental para impulsionar a economia do conhecimento e posicionar o Estado de forma competitiva no cenário nacional.