Infraestrutura em Síntese

Perfil da Carga – Movimentação Portuária Cearense

Em 2022, foram movimentadas no Complexo Portuário do Pecém 21.192,165 toneladas sendo 42,35% de carga com granel sólido, 26,92% com carga conteinerizada, 15,76% de carga geral e 14,97% com carga granel líquido e gasoso.


Importante observar que 69,28%, ou seja, mais da metade dessa movimentação, foram realizadas com carga a granel sólido e carga conteinerizada, demonstrando o perfil de movimentação utilizado nesse complexo portuário.


A carga Granel Sólido corresponde a cargas com produtos sólidos que, em sua maioria, correspondem a insumos que são medidos em quilogramas, tais como milho, soja, café, trigo, feijão, carne e demais produtos de origem agrícola. Minérios também se enquadram nesse tipo de carga seca a granel, como minério de ferro, bauxita e manganês.


Já as cargas conteinerizadas correspondem às grandes caixas, normalmente revestidas de aço e que transportam grandes volumes de cargas com mais segurança, melhor manuseio direto e menor incidência de danos e roubos.


Evolução da Movimentação Portuária Cearense – 2022


Em relação à movimentação portuária no ano de 2022, observa-se que a maior taxa aconteceu no mês de janeiro (10,90%), refletindo as compras realizadas no fim de 2021.


A partir de fevereiro, houve uma queda nessas movimentações e o Ceará chegou a alcançar seu menor movimento, com 6,83%, e 7,18% em outubro. Em termos de média, observa-se que a movimentação mensal representou 8,33%, porém com comportamento decrescente durante todo esse período.


No mês de junho, houve um acumulado de 51,75%, o que demonstra que a velocidade na movimentação de carga no complexo portuário foi lento. Isso é fruto das incertezas existentes na economia brasileira e cearense.


Aplicando a média mensal flutuante, que corresponde à aplicação média mensal a cada mês, a movimentação de carga anual deveria ter atingido 22.272.083 toneladas, ou seja, houve um déficit de 1.079.917 toneladas (5,10% da carga bruta realizada).


Esse valor corresponde também às incertezas políticas e econômicas apresentadas durante o respectivo ano, corroborando assim com a lentidão das tomadas de decisões empresariais para dinamizar a economia local.


Grupo de Mercadoria – Movimentação Portuária Cearense 

Em termos de grupo de mercadoria movimentada no ano de 2022, 26,92% foram por meio de contêineres, enquanto 20,27% foram com minérios de ferro que compõem o grupo Granel Sólido de carga transportada.


Os dois grupos juntos correspondem a quase metade do total movimentado, resultando em um acumulado de 47,19%. Incluindo a mercadoria Ferro e Aço com 14,93% e Carvão Mineral com 13,08% de participação no total movimentado, que também correspondem ao grupo Granel Sólido, o percentual acumulado de mercadorias movimentadas atinge 75,20%.


Ou seja, cerca de 3/4 das movimentações de cargas realizadas no Complexo Portuário do Pecém apresentam perfil voltado para movimentação de cargas a granel sólido e carga conteinerizada. As demais movimentações correspondem a 24,80% do total.


Tipo de Navegação – Movimentação Portuária Cearense

Do total movimentado durante o ano de 2022, cerca de 62,28% (13.199.143 ton.) foram transportadas por meio da navegação por cabotagem.


A navegação por cabotagem consiste na movimentação de cargas entre os portos de um mesmo país, que no Brasil representa ganhos logísticos empresariais a partir de reduções no tempo de transportes de cargas, implantações e operações de polos industriais, reduções de custos e maior capacidade de carga, influenciando no aumento do emprego e da renda.


Empresas que compõem o Complexo Portuário e Industrial do Pecém 

Em 2023, o Complexo Portuário e Industrial do Pecém consta com Empresas Industriais, Serviços Logísticos e Depots e Empresas em Instalação, totalizando 30 organizações empresariais distribuídas da seguinte forma:

Indústrias: 21 empresas compondo com 70% desse total;

Serviços Logísticos e Depots: 6 empresas resultando em 20% do total instalado; e,

Em Implantação: 3 empresas com 10% de participação total.


Frota de Veículos - Brasil

Com base nos dados do Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), havia em 2022 um total de 115.385.143 veículos no Brasil.


Aproximadamente 60 milhões de automóveis estavam registrados no Brasil, o que representa 52,5% do total de veículos. Essa categoria inclui carros de passeio e veículos de uso pessoal.


O segundo tipo de veículo com maior participação na frota são as motocicletas, que correspondem a cerca de 22% do total. Elas são populares devido à praticidade ao custo mais acessível em comparação com carros de passeio.


Em terceiro lugar, observam-se os veículos de carga leve, como camionetas, caminhonetes e utilitários, que representam aproximadamente 13% do total de veículos. Por fim, os caminhões, ônibus e micro-ônibus compreendem cerca de 4 milhões de veículos, correspondendo a aproximadamente 4% do total.


Regiões do Brasil

Ainda com base nos dados do Senatran, quase metade dos veículos do Brasil (47,81%) concentra na região Sudeste. Essa concentração é reflexo da alta densidade populacional e do desenvolvimento econômico da região, que abrange os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, sendo a região mais populosa do País.


Em seguida, a região Sul representa 19,47% da frota de carros, com um total de, aproximadamente, 22 milhões de veículos.


O Nordeste contribui com 17,67% do total, somando 20.387.862 veículos. Em 4º lugar, a região Centro-Oeste representa 9,52% da frota (cerca de 11 milhões de veículos).


Por fim, a região Norte possui 5,54% do total de carros, o que equivale a 6.387.254 veículos.


Ao analisar a participação percentual por tipo de veículo em cada região do País, é possível observar que as regiões Sudeste e Sul se destacam pela maior participação relativa de automóveis no total da frota de veículos, em comparação com as outras regiões.


Além disso, é interessante notar que as regiões Norte e Nordeste se evidenciam por uma maior participação relativa (do que as outras regiões) de motocicletas. Em especial no Nordeste, esse percentual de motocicleta quase se iguala ao percentual de automóveis, apesar de menor que esse.


Essa distribuição pode ser influenciada por diversos fatores. Nas regiões Sudeste e Sul, que abrigam grandes centros urbanos, os automóveis são mais comuns devido à demanda por transporte individual e à infraestrutura viária mais desenvolvida.


Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste, onde as condições socioeconômicas podem ser diferentes, as motocicletas se destacam como uma opção de transporte mais acessível e versátil, especialmente em áreas rurais e de menor infraestrutura rodoviária.


Gráfico 3 - Participação da frota por tipo de veículo em 2023: Regiões do Brasil

Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados do Senatran


Nordeste e Ceará

Analisando a região Nordeste (Gráfico 4), o Ceará se destaca como sendo o 2º estado com maior frota veicular, com 3.634.090 veículos, representando cerca de 18% do total da frota do Nordeste. Em primeiro lugar, está o estado da Bahia (24% do total do Nordeste).


Depois do Ceará, em terceiro lugar, aparece Pernambuco, cuja frota representa, aproximadamente, 17% do total do Nordeste. Em último lugar, há estados menores em tamanho e em população, como Alagoas e Sergipe.


Pode-se observar a participação percentual por tipo de veículo em cada estado do Nordeste. Destaca-se que o Ceará desponta como um dos estados com maior representatividade de motocicletas em relação ao total da frota veicular, alcançando 43,27%. Surpreendentemente, a quantidade de motos supera a de automóveis nesse Estado.


Outros estados nos quais isso ocorre também são Maranhão e Piauí. Quanto à frota de caminhão e à de ônibus/micro-ônibus, a participação relativa é bem próxima entre todos os estados da região. A de ônibus varia em torno de 1% e a de caminhão, em torno de 2% a 3%.


Ceará e Municípios

Em primeiro lugar, Fortaleza aparece representando cerca de 33% do total de veículos do Estado (1.209.670 veículos), o que é esperado por ser a capital.


Em seguida, destacam-se Juazeiro do Norte, Caucaia, Sobral e Maracanaú, evidenciando a relação da quantidade populacional com o tamanho da frota veicular, dado que são cidades de grande porte e polos comerciais relevantes.


Nota-se que o total de veículos dos 13 municípios com maior frota, juntos, representa 55,36% da quantidade do Estado. Assim, pode-se concluir uma concentração dos veículos nas maiores cidades.


Sobre a participação percentual da quantidade da frota por tipo de veículo nos 5 maiores municípios no Ceará, em Fortaleza, Caucaia e Maracanaú, observa-se uma tendência semelhante ao Brasil e ao Nordeste, com os automóveis representando a maior parcela do total de veículos desses municípios.


Essa predominância pode ser explicada pelo fato de essas cidades fazerem parte da Região Metropolitana da Capital. Enquanto isso, Sobral e Juazeiro do Norte, que são cidades de grande porte, mas do Interior, têm maior participação relativa das motocicletas, que acabam sendo um meio de transporte mais acessível e, por isso, são bastante comuns no Interior.

Movimento de Aeronaves 


A movimentação de aeronaves durante o ano de 2022 atingiu uma quantidade de 596 mil pousos e decolagens/ano, com o mês de dezembro como o de maior número, com 52.412 pousos e decolagens. No ano, houve mais pousos do que decolagens correspondentes a 94 pousos a mais, ou seja, chegaram ao Estado mais aeronaves do que decolaram.


Porém, observando exclusivamente o mês de dezembro, ocorreu um fluxo contrário, isto é, decolaram mais aeronaves do que pousaram. Considerando tanto o transporte regular como o transporte não regular, quase a totalidade dos voos é representada por voos domésticos e nacionais.


Observando o mês de dezembro, 58,26% dos pousos foram realizados por meio de transporte regular contra 41,74% de transporte não regular. Já considerando o ano, esse percentual cai no transporte regular, passando para 51,66%, e aumenta no transporte não regular, passando para 48,34%. Quase metade dos voos realizados é realizada pelas duas modalidades de transporte (regular e não regular).


Analisando as decolagens no mês de dezembro, 58,47% são realizados por meio de transporte regular, enquanto 41,53% usam transporte não regular. No total do ano, 51,90% decolaram utilizando transporte regular, enquanto 48,10% decolaram utilizando transporte não regular.


Observa-se que a movimentação de aeronaves tanto para pouso como decolagem apresenta o mesmo comportamento mensal e anual, isto é, maior ou menor movimentação mensal com tendência à igualdade de movimentação anual.


Ampliando a análise em termos de pouso e decolagem conjunta, observa-se o mesmo comportamento com maiores movimentos. Um total de 58,36% dos pousos e decolagens ocorre com transportes regulares e 41,64%, com transportes não regulares. No acumulado do ano, esse percentual passa para 51,78% dos pousos e decolagens para transportes regulares e 48,22% para transportes não regulares.


Cinturão Digital, Telefonia Móvel e Internet

A estrutura do Cinturão Digital do Ceará (CDC), compreendendo o backbone e suas ramificações, cobre atualmente mais de 7 mil km de extensão, dentre os quais 5.800 km já estão lançados pelo Governo do Ceará por meio da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice).


Segundo a última contagem, o CDC já atinge 130 municípios, um número que tende a aumentar rapidamente com a finalização do programa de expansão Ceará Conectado, o qual visava atender todos os 184 municípios cearenses até o fim de 2023.


O potencial de crescimento da intercomunicação vem ocorrendo de forma constante ao longo dos anos mais recentes. A implantação de novos cabos submarinos como o de fibra óptica ligando o Brasil à Europa, via Ceará, gera perspectiva de criação de hub tecnológico com a atração de investimentos em data centers e tornando viável, de fato, a telefonia 5G no Brasil. É um cenário preparado para a futura tecnologia 6G.


Essa evolução fica constatada com o crescimento de 0,9% na quantidade de acessos e linhas móveis. Há uma densidade de 97,5 a cada 100 habitantes no acesso à telefonia móvel. Outro fator que merece destaque é o crescimento de 5,9% de acesso à banda larga fixa, chegando a 1.471.824 acessos. Contudo, com uma densidade ainda baixa de 15,9 a cada 100 habitantes e demonstrando grande potencial para evolução (ANATEL, 2023).


Segundo os dados da Pnad (2023), cerca de 1,8 milhão de pessoas não utilizaram a internet no Ceará, dos quais: 51,6% não sabiam utilizar a internet; 22,7% demonstraram falta de interesse e para 16,7% o serviço de acesso à internet ou equipamento eletrônico necessário era caro.


Já a quase totalidade dos mais de seis milhões com acesso à internet fez por meio de banda larga, dos quais 53% com acesso somente pelo telefone móvel celular. Cerca de 30% dos mais de três milhões de domicílios cearenses têm microcomputador ou tablet e 95% têm telefone – desses, 99% são celulares – concentrados no acesso via banda larga fixa (IBGE, 2023). A velocidade da banda larga fixa segundo a Anatel nos domicílios cearenses é de 242,48 (Mbps).