No quarto trimestre de 2024, a renda mensal domiciliar per capita das pessoas de 14 anos ou mais de idade ocupadas evidenciou fortes disparidades entre os estados brasileiros. O Distrito Federal, na região Centro-Oeste, apresentou o maior valor do país, com R$ 5.220, ocupando a 1ª posição nacional.
No outro extremo, o Maranhão, no Nordeste, registrou o menor rendimento, com R$ 2.017, em 27º lugar. A diferença absoluta de R$ 3.203 representa uma defasagem de 158,7% entre os dois extremos da federação. Ainda entre os estados com maiores valores, destacam-se São Paulo (Sudeste, 2º lugar, R$ 3.991), Santa Catarina (Sul, 3º, R$ 3.676), Rio de Janeiro (Sudeste, 4º, R$ 3.646) e Paraná (Sul, 5º, R$ 3.594), todos com rendas superiores a R$ 3.500.
Nas últimas colocações do ranking concentram-se majoritariamente estados da região Nordeste. Maranhão (27º, R$ 2.017), Bahia (26º, R$ 2.066), Ceará (25º, R$ 2.096), Piauí (24º, R$ 2.104) e Alagoas (23º, R$ 2.240) compõem os cinco menores valores entre as unidades da federação.
A diferença entre Maranhão e São Paulo, por exemplo, é de R$ 1.974, o que representa uma defasagem relativa de 95,6%. O único estado nordestino fora das últimas cinco posições foi o Rio Grande do Norte (17º, R$ 2.493), o único da região com valor acima de R$ 2.400.
Na comparação entre as grandes regiões, os estados com maiores rendas estão concentrados no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. No Sudeste, São Paulo lidera (2º, R$ 3.991), enquanto Minas Gerais aparece na 20ª posição com R$ 2.869.
O Sul apresentou relativa homogeneidade, com Santa Catarina (3º), Paraná (5º) e Rio Grande do Sul (6º, R$ 3.583) todos acima de R$ 3.500. No Norte, Rondônia aparece em 11º lugar com R$ 2.995, enquanto Pará figura em 24º com R$ 2.267. No Nordeste, todos os estados estão posicionados a partir da 17ª colocação.
O Ceará, localizado na região Nordeste, registrou renda mensal domiciliar per capita de R$ 2.096, ocupando a 25ª posição entre os 27 estados brasileiros. O valor representa uma defasagem de 47,5% em relação a São Paulo e de 59,8% frente ao Distrito Federal.
No contexto regional, o Ceará supera apenas a Bahia (26º) e o Maranhão (27º), ficando abaixo de estados vizinhos como o Piauí (24º), Alagoas (23º), Paraíba (21º, R$ 2.361) e Rio Grande do Norte (17º). Os dados posicionam o estado entre os menores patamares de renda do país, evidenciando desafios ainda presentes na trajetória de melhoria da renda da população ocupada.
O Brasil encerrou 2024 com a criação de 1.693.673 empregos com carteira assinada, resultado de 25.567.248 admissões e 23.873.575 desligamentos, de acordo com dados do Novo Caged. O estado com maior movimentação foi São Paulo, que liderou tanto em admissões (8.075.223) quanto em desligamentos (7.615.852), e apresentou o maior saldo absoluto de empregos do país, com 459.371 novas vagas formais, ocupando a 1ª posição nacional. No outro extremo, Mato Grosso do Sul gerou apenas 12.412 empregos líquidos, o menor saldo estadual em 2024.
Em termos proporcionais, o destaque foi o Amapá, que apresentou a maior variação relativa do Brasil: 10,07% em relação ao estoque de vínculos formais do ano anterior.
A região Sudeste concentrou quase 46% do saldo nacional, com 779.170 empregos líquidos.
Além de São Paulo (1º), destacam-se Rio de Janeiro (145.240, 4º lugar) e Minas Gerais (139.503, 5º lugar). Espírito Santo obteve saldo de 35.056 vagas, com variação de 4,01%, ficando em 16º lugar no ranking nacional de saldo. O desempenho do Sudeste reforça sua liderança no volume de movimentações do emprego formal.
O Sul apresentou o segundo maior saldo regional, com 297.955 novas vagas. Paraná contribuiu com 128.012 postos (6º lugar nacional), seguido por Santa Catarina (106.392, 7º lugar) e Rio Grande do Sul (63.551, 9º).
Em termos proporcionais, Santa Catarina registrou uma variação relativa de 4,32%, acima da média nacional (3,72%), enquanto o Rio Grande do Sul ficou abaixo, com 2,29%.
O Nordeste criou 330.901 empregos formais, com 3,46 milhões de admissões e 3,13 milhões de desligamentos.
Os maiores saldos absolutos foram da Bahia (84.726, 8º lugar), Pernambuco (62.233, 10º), e Ceará (56.231, 13º). No entanto, em termos proporcionais, Rio Grande do Norte (6,83%), Paraíba (5,67%) e Sergipe (4,81%) se destacaram. Mesmo com menor volume absoluto, esses estados mostraram taxas de crescimento superiores, reforçando a diversidade de dinâmicas internas na região.
O Ceará registrou 614.833 admissões e 558.602 desligamentos, com saldo positivo de 56.231 empregos formais e variação relativa de 4,15%.
O estado ficou na 13ª posição nacional em saldo absoluto e 14ª em crescimento proporcional, além de ocupar o 3º lugar no Nordeste em ambas as métricas, atrás apenas de Bahia e Pernambuco. O resultado posiciona o Ceará como um dos principais polos de geração de emprego do Nordeste, com desempenho sólido tanto em volume quanto em taxa de crescimento.
O Centro-Oeste respondeu por 137.327 vagas líquidas, com destaque para Goiás (56.786, 12º lugar nacional), seguido pelo Distrito Federal (42.371, 15º). Mato Grosso contribuiu com 25.758 postos, enquanto Mato Grosso do Sul, apesar do bom volume de admissões (411.976), obteve o menor saldo do país. Já o Norte registrou 115.051 empregos formais criados, com destaque para o Pará (38.940, 17º), Amazonas (36.772, 18º) e Amapá, que mesmo com saldo absoluto modesto (8.693), foi líder em variação percentual (10,07%).
Em perspectiva geral, o ano de 2024 foi marcado por expansão do emprego formal em todas as regiões, com variações significativas entre estados. Enquanto os maiores volumes foram concentrados em estados mais populosos, como São Paulo, Minas Gerais e Bahia, as maiores taxas de crescimento ocorreram em estados menores, como Amapá, Roraima e Amazonas.
Em 2024, o Governo Federal desembolsou um total de R$ 254,2 bilhões por meio do Programa Bolsa Família. O estado com o maior volume absoluto de repasses foi São Paulo, com R$ 36,28 bilhões, representando 14,3% do total nacional. Na outra ponta, o menor valor foi registrado em Roraima, com R$ 1,10 bilhão, o equivalente a apenas 0,4%. A diferença entre os dois extremos chega a R$ 35,18 bilhões, ou um volume 33 vezes superior no maior recebedor.
A região Nordeste concentrou aproximadamente 40% do total nacional e liderou em volume regional. Os principais estados beneficiados foram Bahia (R$ 29,53 bilhões, 2º lugar nacional), Pernambuco (R$ 19,12 bilhões, 5º) e Ceará (R$ 11,40 bilhões, 8º).
No extremo inferior da região, Sergipe recebeu R$ 4,47 bilhões, o menor valor entre os nove estados nordestinos. Assim, o volume pago à Bahia foi 6,6 vezes maior que o de Sergipe — a maior defasagem inter-regional observada no país.
No Sudeste, os repasses somaram aproximadamente 88,9 bilhões, puxados por São Paulo (R$ 36,28 bilhões, 1º lugar nacional), Minas Gerais (R$ 22,17 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 21,22 bilhões).
O menor valor da região foi registrado no Espírito Santo, com R$ 2,38 bilhões, o que equivale a apenas 6,5% do volume pago a São Paulo. Apesar de representar uma região mais rica, o Sudeste teve ampla participação no programa, refletindo a concentração populacional.
Na região Norte, os valores variaram de R$ 17,6 bilhões no Pará (6º lugar nacional) até R$ 1,10 bilhão em Roraima, o menor do país. A diferença entre os dois representa um repasse 16 vezes maior para o Pará.
Outros estados como Amazonas (R$ 8,41 bilhões) e Acre (R$ 1,70 bilhão) mostram o peso do programa em áreas de menor densidade demográfica, mas com alta proporção de famílias beneficiárias.
O Sul apresentou repasses mais concentrados nos estados mais populosos: Rio Grande do Sul liderou regionalmente com R$ 11,82 bilhões, seguido por Paraná (R$ 9,21 bilhões) e Santa Catarina, que recebeu R$ 3,58 bilhões, o menor da região.
A diferença entre o maior e o menor repasse no Sul foi de R$ 8,2 bilhões, ou uma razão de aproximadamente 3,3 vezes.
Na região Centro-Oeste, os repasses foram mais homogêneos. O estado com maior volume foi Goiás, com R$ 3,98 bilhões, seguido por Mato Grosso do Sul (R$ 3,50 bilhões) e Mato Grosso (R$ 2,06 bilhões).
O menor valor foi o do Distrito Federal, com R$ 1,45 bilhão, equivalente a 36% do volume goiano. Ainda assim, o DF permanece como uma das unidades federativas com menor participação relativa no programa (0,6% do total nacional).
O Ceará, com R$ 11,4 bilhões pagos, ocupou a 8ª posição nacional e a 3ª no Nordeste, atrás apenas de Bahia e Pernambuco. O estado respondeu por 4,5% do total nacional, ficando acima de estados como Paraná (9º, 3,6%) e Amazonas (11º, 3,3%). Em termos regionais, o Ceará recebeu 2,5 vezes mais que o Rio Grande do Norte e mais do que o dobro de Alagoas ou Piauí, reforçando a abrangência da política de transferência de renda no estado.
A região Nordeste concentrou aproximadamente 40% do total nacional e liderou em volume regional. Os principais estados beneficiados foram Bahia (R$ 29,53 bilhões, 2º lugar nacional), Pernambuco (R$ 19,12 bilhões, 5º) e Ceará (R$ 11,40 bilhões, 8º).
Em 2024, o Programa Bolsa Família destinou um total de R$ 11,4 bilhões ao estado do Ceará, contemplando 1.585.061 pessoas em todos os seus 184 municípios. Isso corresponde a cerca de 18% da população estadual (8.794.957 habitantes, segundo o Censo 2022), reforçando o papel do programa como instrumento central de proteção social e combate à pobreza no estado.
O município de Fortaleza concentrou o maior volume de repasses: foram R$ 2,31 bilhões pagos a 365.913 beneficiários, o equivalente a 20,3% do valor total transferido no estado e 23,1% do público atendido. Esse montante reflete a expressiva dimensão populacional da capital e a presença consolidada do programa em grandes centros urbanos.
Além da capital, os maiores valores foram registrados em Caucaia (R$ 460,2 milhões; 71.247 beneficiários), Juazeiro do Norte (R$ 252,2 milhões; 38.969), Maracanaú (R$ 243,3 milhões; 38.561) e Sobral (R$ 157,1 milhões; 25.765). Esses cinco municípios concentram juntos aproximadamente R$ 3,43 bilhões em recursos e 540 mil beneficiários, representando cerca de 34% do total estadual.
Municípios de médio porte como Itapipoca, Crato, Maranguape, Quixadá, Aquiraz e Iguatu apresentaram repasses superiores a R$ 100 milhões e cobertura superior a 17 mil pessoas cada. Esses números demonstram que o programa possui capilaridade expressiva também fora da Região Metropolitana, com forte presença em polos regionais do interior.
É importante destacar que, além dos 30 municípios detalhados individualmente, os demais 154 municípios cearenses também foram contemplados com recursos do programa em 2024. Juntos, esses municípios receberam R$ 5,56 bilhões em repasses e atenderam 673.463 pessoas, o que representa 48,7% do valor pago no estado e 42,5% do total de beneficiários.
Embora não listados um a um, esses municípios compõem a maior parte do território estadual, evidenciando a amplitude geográfica e o alcance estrutural da política pública.