Uece e Fiocruz firmam parceria para pesquisa contra a Covid-19

Os estudos para o desenvolvimento de medicamento contra a doença são realizados a partir de fragmentos dos anticorpos de lhamas
18:37 | 16 de abr de 2021 Autor: Joelma Leal

O conhecimento científico e a experiência da Faculdade de Veterinária (FAVET) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) na reprodução de animais estão sendo aplicados nos esforços de combate à Covid-19. A parceria, que envolve a Uece, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Haras Claro e outras instituições do Estado, conta com apoio financeiro da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece) e da Fiocruz. Os estudos para o desenvolvimento de medicamento contra a doença são realizados a partir de fragmentos dos anticorpos de lhamas.

Os estudos estão em fase inicial, mas as expectativas são animadoras, tendo em vista a qualidade dos anticorpos das lhamas e a expertise das instituições envolvidas no trabalho. Animais como lhamas, alpacas e dromedários, por exemplo, produzem anticorpos capazes de reconhecer de forma mais eficiente antígenos diversos, sejam antígenos virais, sejam toxinas animais, o que amplia a possibilidade de utilização no tratamento de uma série de doenças, inclusive a Covid-19. Além do tratamento, a pesquisa também tem como foco o desenvolvimento de kits de diagnóstico.

Além da pesquisa com a Covid-19, a plataforma tem focado em outras doenças, como febre amarela, zika, chikungunya e toxinas ofídicas.

As lhamas - são mamíferos ruminantes da América do Sul que pertencem à família dos camelos e que têm sido estudadas em todo o mundo devido às características únicas dos seus anticorpos. De acordo com o médico veterinário do Haras Claro, Leandro Rodrigues, o local possui dois casais de lhamas que chegaram ao Ceará há cerca de dois anos com idades entre seis e oito meses.

Recentemente, com o manejo adequado e as adaptações necessárias para melhorar as condições térmicas para a espécie, as lhamas tiveram êxito na reprodução, gerando um filhote macho, atualmente com cerca de sete meses, que foi adquirido pela Fiocruz para a realização de pesquisas.

As lhamas utilizadas para essa pesquisa estão sendo transferidas para a Fazenda da Faculdade de Veterinária da Uece, localizada em Guaiúba.