Sítios arqueológicos passam por cadastro e recadastro no Ceará

Os locais estão na região que abrange Sobral, Forquilha, Irauçuba e Granja e concentram a maior presença de arte rupestre em sítios no Estado
15:21 | 13 de jan de 2023 Autor: Anuário do Ceará
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Arqueólogos vão registrar informações sobre os sítios arqueológicos que integrarão banco de dados do Iphan. Registros de arte rupestre já foram encontrados

Desde a última segunda-feira, 9, 42 sítios arqueológicos
no Noroeste do Ceará vêm sendo cadastrados e recadastrados em um trabalho da empresa Inside Consultoria, sob supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Até o momento, 20 sítios arqueológicos na região já passaram pelo processo de levantamento dearte rupestre.

Segundo levantamento da empresa que realiza o trabalho de campo, a região, que abrange os municípios de
Sobral,
Forquilha,
Irauçuba

e
Granja, concentra o maior número de sítios arqueológicos com presença de
arte
rupestre
no Estado. Muitos destes estão preservados, apesar de conterem indícios de deterioração natural do tempo.

Dentre os registros que foram verificados nos sítios arqueológicos, estão
padrões geométricos, figuras humanas e de animais, além de representações de sóis, desenhadas sobre um paredão em um dos sítios no distrito de Bilheira, em Sobral.

Segundo o geógrafo Wagner Veiga, sócio-diretor da Inside Consultoria, também foram encontradas nos registros de arte rupestre linhas que às vezes são interpretadas como calendários.


“O patrimônio tem um valor gigantesco porque ele pode atrair indivíduos, turistas que podem vir para os locais, podem verificá-los, e isso pode fomentar a economia da região”, opina o geógrafo.

Wagner explica que os povos que deixaram estes registros de arte rupestre remontam a períodos que antecederam a chegada dos portugueses à região e não chegaram a conviver com os colonizadores.

Com isso, a interpretação das gravuras se torna mais difícil. No entanto, em muitos casos é possível averiguar os materiais que foram usados nas gravuras de arte rupestre, como minerais e outros recursos naturais, como plantas e frutos.

As ações realizadas na região têm como objetivo produzir mapas e plantas georreferenciadas e fazer um levantamento fotográfico dos painéis de arte rupestre, além de outras informações que integrarão o banco de dados do Iphan. O processo deve demandar até 15 dias.

A equipe da empresa de consultoria vai realizar visitas aos 42 sítios arqueológicos e registrar por meio de um aplicativo as informações coletadas, que serão repassadas ao Iphan.

A Inside Consultoria também deve realizar o processo de cadastro e recadastro em sítios arqueológicos na região de Crateús e Ibiapaba, partindo de outra licitação conduzida pelo Iphan.

Wagner acredita que, com o trabalho, a equipe também vai sugerir à entidade que mais sítios sejam abertos à visitação e “solicitar que o Iphan faça um trabalho de educação patrimonial na região, para que a própria população entenda o que é aquele material e o que são aqueles sítios arqueológicos”.

Para ele, é importante que pessoas visitem esses locais e entendam o que estão vendo, do que se tratam os sítios arqueológicos e o que significa para a região a arte rupestre.


Bia Freitas / O POVO