Saldo da balança comercial cearense tem variação positiva de 80%

O setor de ferro e aço lidera as exportações cearenses com US$ 912 milhões no acumulado do ano sendo responsável por mais 54% do total exportado pelo Estado
18:34 | 09 de out de 2019 Autor: Joelma Leal

O Ceará exportou, em setembro, US$ 165,6 milhões, uma alta de 14,1% em relação ao mês anterior. As importações, por sua vez, somaram US$ 179 milhões – queda de 15,4% ante agosto. No acumulado de janeiro a setembro, as exportações totalizaram US$ 1,68 bilhões e as importações US$ 1,77 bilhões, resultando em uma balança comercial deficitária.

Apesar do saldo negativo de US$ 91 milhões no acumulado do ano, a balança comercial apresentou variação positiva de quase 80%. Caso seja confirmada a tendência de aumento das exportações e de queda nas importações nos próximos meses, o Ceará estará cada vez mais próximo do ponto de equilíbrio na balança comercial e, consequentemente, mais próximo de alcançar resultados positivos no saldo comercial, fato que não ocorre desde 2005.

A análise é do Ceará em Comex, documento produzido pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). De acordo com o estudo, em termos regionais, o Ceará é o terceiro Estado do Nordeste em exportações com 14,19% do total exportado pela região. A Bahia e o Maranhão permanecem nas duas primeiras colocações. No âmbito nacional, apesar da participação cearense ter quase dobrado nos últimos cinco anos, as exportações do Estado corresponderam a 1,01% do valor exportado pelo Brasil. O Ceará se mantém, dessa forma, em 14º colocado no ranking dos Estados exportadores.

Impulsionado pelo setor metal-mecânico, mais de 53% das exportações cearenses são provenientes do município de São Gonçalo do Amarante. O valor exportado pelo setor, no acumulado do ano, já superou o montante de R$ 900 milhões. Desde o ano de 2016, o município se mantém na primeira colocação entre os municípios exportadores do Estado. Em maio de 2019, município de Caucaia passou a figurar como segundo colocado com US$ 161 milhões em exportações, principalmente pela oferta de equipamentos de energia renovável. As exportações do município obtiveram um crescimento de 145% se comparados aos nove primeiros meses de 2018. Os municípios de Eusébio e Aquiraz apresentaram um aumento considerável na oferta de produtos para o exterior crescendo 36,8% e 35,1%, respectivamente.

O setor de ferro e aço lidera as exportações cearenses com US$ 912 milhões no acumulado do ano sendo responsável por mais 54% do total exportado pelo Estado. O setor calçadista aparece em segundo lugar, seguido pelo setor de “máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes” com crescimento de 0,1% e 174,8% respectivamente. Entre os dez setores melhor posicionados, destaca-se o crescimento de mais de 101% em “combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação” e de 51,3% do setor de “peixes e crustáceos, moluscos e outros invertebrados aquáticos”.

Os dez principais produtos elencados no estudo correspondem a mais 80% de tudo o que o Ceará oferta para o exterior. Apesar da retração de 4,7% no período, os produtos contemplados em “outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, com menos de 0,25% de carbono” somam US$ 800,7 milhões, mantendo-se no topo da lista. “Partes de outros motores/geradores/grupos eletrogeradores, etc.” ficaram em segundo lugar com um crescimento de 182,4% e um montante de US$ 148 milhões. Castanha de caju, calçados, ceras vegetais e couros também são destaque entre os principais produtos ofertados pelo estado e apresentaram crescimento positivo.

Mais de 60% das exportações cearenses tem como destino os Estados Unidos, México e Itália. Os EUA vêm aumentando cada vez mais a sua participação na pauta de exportações cearenses. Entre 2018 e 2019, considerando os meses de janeiro a setembro, o país elevou sua participação de 36,9% para 43,6%. Já a Turquia e a Argentina vêm perdendo participação em consequência da diminuição da compra de produtos cearenses, de forma que apresentaram uma variação negativa de 60,3% e 37,1%, respectivamente.