Primeiro banco de pele animal do Brasil é inaugurado no Ceará

O banco de pele de tilápia ficará localizado no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC
08:06 | 14 de jul de 2017 Autor: Anuário do Ceará
imagem da interna

O primeiro banco de pele animal do Brasil, foi inaugurado na manhã da última quinta-feira, 13, no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), da Universidade Federal do Ceará (UFC). Na ocasião, também foram apresentados, em coletiva de imprensa,
os resultados da última fase da pesquisa sobre o uso da pele de tilápia em queimaduras.

A iniciativa é resultado de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento sobre Pele de Tilápia, apoiado pela Enel Distribuição Ceará e desenvolvido pelo Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), em parceria com o NPDM. O banco ficará sediado no próprio NPDM da UFC.

Pele de Tilápia

A tilápia foi escolhida por ser um peixe criado em água doce, de rápida reprodução e por disseminar menos doenças. A pele do peixe pretende ser uma alternativa ao uso da pomada de sulfadizina de prata, utilizada no tratamento convencional de queimados. Enquanto o medicamento requer que o curativo da queimadura seja renovado diariamente, o curativo de pele de tilápia, por exemplo, pode ser retirado somente no fim do tratamento de uma queimadura de segundo grau. Além disso, o novo tratamento não pede o uso de analgésicos e anestesias e o tempo de cicatrização é reduzido entre um e dois dias.

Atualmente as peles de tilápia são retiradas do Açude Castanhão, em Jaguaribara, maior reservatório de água doce do Ceará, localizado a 260 quilômetros de Fortaleza. Depois de retirado, no Banco de Pele, passará por um processo de limpeza, esterilização, refrigeração, até ficar pronta para ser usado no tratamento. O tratamento dos pacientes do projeto está sendo realizado no Instituto José Frota (IJF), em Fortaleza, e já foi registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente conta com 120 pacientes ambulatoriais e 30 crianças internadas.