Editorial do O POVO aborda evento histórico para o Ceará

A expectativa é que tanto a CSP quanto a ZPE possam gerar uma zona industrial de grande envergadura no Ceará. Não apenas voltada para a exportação
19:18 | 29 de jul de 2016 Autor: Joelma Leal

Na manhã da última terça-feira, 26 de julho, uma imensa carreta percorreu os cerca de nove quilômetros que separam a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) do Porto do Pecém. Na carroceria, a primeira placa de aço produzida na maior planta industrial do Ceará. A placa é parte de uma encomenda de 20 mil toneladas que vai de navio, atravessando o oceano Atlântico, para a Itália e a Turquia. Outras 16 carretas vão completar o transporte até o porto a partir de segunda-feira, 1º de agosto.


Sem dúvidas, um evento de valor histórico para o Ceará. O fato foi discretamente comemorado em evento interno na CSP, com registro da imprensa. No entanto, o governador Camilo Santana fez referências ao acontecimento em uma rede social. “O nosso Ceará teve um fato de grande importância nas últimas horas... Além dos mais de 12 mil empregos diretos e indiretos, a CSP trará um incremento de 48% no nosso PIB industrial e 12% no PIB total do nosso estado”, escreveu o governador.


A siderúrgica é o maior investimento, seja público, seja privado, já feito em toda a história do Ceará. No total, US$ 5,4 bilhões. Em moeda brasileira, cerca de R$ 19 bilhões em investimentos. O início das operações comerciais da CSP também é marco do efetivo funcionamento da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará. Portanto, configura-se também como a primeira área especial de exportação de produtos industriais a iniciar as operações no Brasil.


A expectativa é que tanto a CSP quanto a ZPE possam gerar uma zona industrial de grande envergadura no Ceará. Não apenas voltada para a exportação. Afinal, pela regra hoje em vigor, 20% do que é produzido no âmbito das ZPEs podem servir à indústria local. Ao Ceará, interessa que esse percentual suba para 40%. Nesse sentido, tramita matéria no Congresso Nacional.


A CSP produzirá placas de aço para geração de produtos laminados de alta qualidade para a indústria naval, de óleo & gás, automotiva e construção civil. A sua capacidade máxima de produção anual de até 3,1 milhões toneladas de aço líquido e três milhões de toneladas de placas semiacabadas. Assim, está aberto o caminho para a atração de indústrias que usam essa matéria-prima.