Com pandemia, registros de óbitos crescem 14,9% e atingem maior patamar da série

Mais de 99% da variação dos óbitos em 2020 ocorreu nas mortes por causas naturais classificação que inclui os óbitos decorrentes de doenças, como a Covid-19
16:22 | 18 de nov de 2021 Autor: Anuário do Ceará

O ano de 2020, que marca a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil, teve cerca de 196 mil mortes a mais que o ano de 2019. A variação, de 14,9%, foi a maior desde 1984, segundo os registros civis em cartórios.

As informações integram as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quinta-feira, 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e que trazem dados sobre nascimentos, óbitos e casamentos de mais de 7.900 dos cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN). As informações de divórcios judiciais e divórcios extrajudiciais, relativas ao ano de 2020, serão divulgadas em momento posterior.

O número de óbitos registrados no Brasil passou de 1.314.103 em 2019 para 1.510.068 em 2020, significando 195.965 mortes a mais no ano passado. Esses números incluem apenas os registros com informação de sexo e idade da pessoa falecida. Considerando o total de registros, os números são 1.317.292 (2019) e 1.513.575 (2020), com diferença de 196.283 entre os dois anos. De 2018 para 2019, essa variação foi de 2,6% (33,8 mil óbitos a mais).

Mais de 99% da variação dos óbitos em 2020 ocorreu nas mortes por causas naturais classificação que inclui os óbitos decorrentes de doenças, como a Covid-19. E 75,8% na faixa de idade de 60 anos ou mais. Nessa classe etária, houve aumento de 16,3% (148,6 mil) nos óbitos em 2020, frente a uma variação de 4,5% no biênio anterior.

Na faixa dos 15 aos 59 anos, a alta foi de 14,9% em 2020, frente a uma queda de 1,2% no biênio anterior. Já entre crianças e adolescentes de até 15 anos, por outro lado, houve uma grande redução de óbitos (-15,1%, contra -1,0% anterior).

Além disso, o aumento no número de óbitos de 2019 para 2020 foi relativamente maior entre os homens (16,7%) do que entre as mulheres (12,7%).

Dezesseis unidades da federação tiveram variação de óbitos acima da média nacional

Todas as regiões tiveram alta significativa no número de óbitos. A maior alta foi na região Norte (25,9%), seguida pela Centro-Oeste (20,4%). O Nordeste (16,8%) também teve alta superior à média do País (14,9%) e o Sudeste (14,3%) ficou um pouco abaixo. Por outro lado, o Sul registrou o menor aumento (7,5%).

Entre as unidades da federação, apenas 11 estados tiveram alta abaixo da média do País (14,9%). Sendo que Paraíba, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Tocantins ficaram bem próximos da média (todos em torno de 14,5%). E as menores variações foram as do Rio Grande do Sul, com 4,0%, e de Minas Gerais, com 7,9%. Os outros cinco estados abaixo da média foram: Bahia (13,1%), Rio Grande do Norte (12,6%), Piauí (12,6%), Paraná (10,5%) e Santa Catarina (9,4%).

Já as maiores variações foram observadas no Amazonas, de 31,9%, e no Pará, de 27,9%. E outras sete unidades federativas tiveram variação acima de 20%: Mato Grosso (27,0%), Distrito Federal (26,6%), Roraima (25,6%), Maranhão (23,8%), Rondônia (23,2%), Ceará (20,6%) e Amapá (20,0%).

Mais sobre a pesquisa

As Estatísticas do Registro Civil apresentam informações sobre os fatos vitais ocorridos no País, reunindo a totalidade dos registros de nascidos vivos, óbitos e óbitos fetais, bem como sobre os casamentos, informados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais, e os divórcios declarados pelas Varas de Família, Foros, Varas Cíveis e Tabelionatos, que, excepcionalmente nesta edição, ficaram para divulgação posterior. Os dados estão disponíveis no Sidra.


Com IBGE Notícias