Ceará registra fechamento de 4,5 mil postos de trabalho com carteira assinada

Apesar do resultado negativo observado para o Estado, 44 municípios apresentaram saldo positivo
17:20 | 29 de jan de 2018 Autor: Joelma Leal

O Ceará apresentou fechamento de 4.563 vagas de trabalho com carteira assinada em dezembro de 2017, menor que o número verificado em igual mês de 2016: -6.990 vagas. Tanto a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) quanto o interior tiveram perdas de postos de trabalhos. Dessa vez, o interior (-3.410 vagas) apresentou maior fechamento de postos de trabalho se comparado com a RMF (-1.153 vagas). Na análise do desempenho do emprego celetista por estados da federação, todos apresentaram saldos negativos em dezembro. Tal comportamento se deve à sazonalidade do mês, que é caracterizado por elevados números de demissões. Roraima foi o
que teve o menor saldo negativo, ao fechar apenas 229 vagas de trabalho com carteira assinada, seguido por Acre (-392 vagas) e Amapá (-410 vagas).

O saldo de empregos cearenses, no acumulado do ano de 2014, foi positivo, passando a registrar saldos negativos em 2015 (-34.336 vagas) e 2016 (-37.181 vagas). Apesar do saldo acumulado de empregos em 2017 ter sido negativo, ele foi bem menor que o registrado nos últimos dois anos, revelando uma nítida trajetória de recuperação na economia cearense. Das oito atividades pesquisadas apenas duas apresentaram saldos positivos de empregos em dezembro de 2017. A maior contribuição foi do Comércio (+1.598 vagas), seguida pelo SIUP (+4 vagas). As atividades que apresentaram destruição de postos formais de trabalho foram: Agropecuária (-828 vagas); Indústria da Transformação (-3.270 vagas); Construção Civil (-1.439 vagas), Extrativa Mineral (-66 vagas) e Serviços (-457 vagas).

Apesar do resultado negativo observado para o Ceará, 44 municípios apresentaram saldo positivo, 27 saldo nulo e 113 registraram saldo negativo. A cidade de Aquiraz destacou-se com a maior geração de vagas de trabalho celetista (+79 vagas), seguida por Jijoca de Jericoacoara (+71 vagas); Caucaia (+68 vagas); Iguatu (+45 vagas) e Quixeramobim (+42 vagas). O bom desempenho de Aquiraz deveu-se ao setor de serviços de alojamento, alimentação, reparação e manutenção ao contratar 116 pessoas. Os maiores saldos negativos para o mês de dezembro foram observados em Fortaleza (-673 vagas), seguido de Juazeiro do Norte (-558 vagas), Barbalha (-323 vagas), Itapipoca (-298 vagas) e Santa Quitéria (-259 vagas), para listar os cinco maiores.

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o Brasil perdeu 328.539 postos de trabalho com carteira assinada em dezembro de 2017, o segundo saldo negativo consecutivo desde novembro. Entretanto, comparado com o mesmo mês do ano de 2015 (-614.393 vagas) e no mesmo período do ano de 2016 (-478.107), o resultado nacional de dezembro de 2017 se apresenta como uma tendência de recuperação nesse mercado.

Os dados obtidos para as cinco grandes regiões do país mostram que em nenhuma das regiões foi gerado emprego com carteira assinada. A região Sudeste foi a que registrou a maior perda de empregos formais no país em dezembro de 2017 (-174.396 vagas), seguida pela região Sul que perdeu 72.740 vagas. As demais regiões que apresentaram saldos negativos de empregos foram a região Centro-Oeste (-34.808 vagas), Nordeste (-34.332 vagas) e Norte (-12.263 vagas) que registrou a menor perda.


Os dados estão no Enfoque Econômico nº 174 - Desempenho do Emprego Celetista Cearense (Dezembro de 2017), elaborado por Alexsandre Lira Cavalcante, analista de Políticas Públicas, que contou com a colaboração de Heitor Gabriel Silva Monteiro e Matheus dos Santos Carvalho, todos da Diretoria de Estudos Econômico (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).