Casos de dengue no Ceará aumentam 63% em menos de um mês

Crescimento foi observado entre as semanas epidemiológicas 23 e 27, entre 11 de junho e 9 de julho. Mortes causadas pela doença também cresceram
14:21 | 27 de jul de 2022 Autor: Anuário do Ceará

O número de casos confirmados de dengue no Ceará cresceu 63% em menos de um mês, segundo mostra o mais recente Boletim de Arboviroses do Estado, publicado nesta terça-feira, 26, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

O documento aponta que entre as semanas epidemiológicas 23 e 27, no intervalo de 11 de junho a 9 de julho, os diagnósticos da doença saltaram de 12,6 mil para 20,7 mil. No mesmo período, as mortes também aumentaram de seis para 10, alta de 66%.

Apesar do crescimento, a arbovirose predominante no Estado continua sendo a chikungunya, com 26,3 mil confirmações. Entre junho e julho, o aumento nos casos foi de 46%. Já os
óbitos cresceram cerca de 43%, indo de 16 para 23 registros.

Em relação ao zika vírus, o quadro é bem mais confortável, com apenas 32 casos e nenhuma morte confirmada
até a data de fechamento do boletim.

No acumulado do ano, o Ceará soma 125,7 mil notificações suspeitas de arboviroses, sendo 69,1 mil casos de dengue, 55 mil de chikungunya e 1,5 mil de zika. Após processados os exames laboratoriais, foram confirmados pouco mais de 47 mil casos: 20,7 mil (dengue), 26,3 mil (chikungunya) e 32 (zika).

Na comparação entre junho e julho, houve aumento de 29% nas notificações e de 53% no total de diagnósticos confirmados. O crescimento desacelerou em relação aos meses de abril e maio, quando as notificações subiram 87% e os casos positivos 165%.

Além do fator sazonal, a queda dos números também pode ser influenciada por maior adesão da população às medidas de prevenção ao mosquito.
Paralelo à prevenção, a Sesa também realiza ações emergenciais de combate ao Aedes aegypti nas cidades onde a incidência das arboviroses é maior.

A principal estratégia é a pulverização do inseticida de ultrabaixo volume (UVB), conhecido como fumacê, composto químico feito à base de neonicotinoide — substância inofensiva aos seres humanos— que ataca de modo letal o mosquito.

Distribuição especial

A Superintendência Regional de Saúde de Fortaleza, divisão territorial que inclui a Capital e os municípios da Região Metropolitana, concentra mais da metade dos casos de arboviroses registrados no Ceará em 2022. São 24,4 mil confirmações, que corresponde a 51,85% do total registrado no Estado (48.088). Em seguida, aparecem as Superintendências do Cariri, com 15,6 mil casos, e do Norte, com 5,1 mil registros. A incidência é menor no Sertão Central e Litoral Leste, regiões onde foram confirmados 3 mil e 2,2 mil casos, respectivamente.

Caso suspeito de arbovirose - como identificar

Dengue

- Pessoa que viva ou tenha viajado, nos últimos 14 dias, para área onde esteja ocorrendo transmissão de dengue ou tenha a presença de Aedes aegypti, que apresente febre, usualmente entre dois e sete dias;

- Apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro orbital, petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia;

- Toda criança proveniente ou residente em área com transmissão de dengue, com quadro febril agudo, usualmente entre dois e sete dias, sem foco de infecção aparente.

Chikungunya

- Paciente com febre de início súbito maior que 38,5° C;

- Artralgia, ou com artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou tendo visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes de início dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado.

Zika

- Paciente com exantema maculopapular pruriginoso;

- Acompanha os seguintes sinais e sintomas: febre, hiperemia conjuntival/ conjuntivite não purulenta, artralgia/ poliartralgia, edema periarticular.