Cai o número de consumidores endividados na Capital

Sexo feminino com idade acima de 35 anos e renda familiar inferior a cinco salários mínimos compõe o perfil preponderante do consumidor inadimplente
17:45 | 19 de jan de 2018 Autor: Joelma Leal
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A Pesquisa do Endividamento do Consumidor de Fortaleza, realizada em janeiro de 2018, pela Federação do Comércio do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), revela uma queda de -0,6 pontos percentuais no número de consumidores da capital cearense que possuem algum tipo de dívida, ao passar de 65,1%, em dezembro, para 64,5%, neste mês. O índice também é inferior ao registrado em janeiro do ano passado (64,7%).

De acordo com o levantamento, a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso caiu -3,5 pontos percentuais, passando de 22,8% dos consumidores em dezembro, para 19,3% neste mês. Além disso, os problemas financeiros afetam mais as mulheres (20,3% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do grupo com idade acima dos 35 anos (21,0%) e do estrato com renda familiar abaixo de cinco salários mínimos (19,5%).

O tempo médio de atraso é de 66 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é o desequilíbrio financeiro - a diferença entre a renda e os gastos correntes – citado por 63,7% dos consumidores. O segundo motivo mais citado é o adiamento por conta do uso dos recursos em outras finalidades, com 31,0%, seguido da contestação da dívida (7,3%).

Segundo a pesquisa, o valor médio das dívidas é estimado em R$ 1.411 com prazo médio de sete meses, comprometendo 36,9% da renda familiar dos consumidores com o seu pagamento. Já os instrumentos de crédito mais utilizados pelos consumidores são: cartões de crédito, citados por 82,6% dos entrevistados; financiamento bancário (veículos, imóveis etc.), com 12,1%;carnês e crediários, com 8,6%; e empréstimos pessoais, com 5,9%.

O consumidor utilizou o crédito para:

• Consumo de itens de alimentação (58,6% das respostas);

• Compra de artigos de vestuário (42,3%);

• Aquisição de eletroeletrônicos (37,6%); e

• Realização de despesas de educação e saúde (32,4%).

Em relação a taxa de inadimplência potencial, ou seja, a proporção de consumidores que não terão condições financeiras para honrar seus compromissos, aumentou +0,4 pontos percentuais, passando de 7,4%, em dezembro, para 7,8% neste mês, mas ficou abaixo da taxa observada em janeiro do ano passado (9,3%).

O perfil do consumidor inadimplente mostra preponderância do grupo de consumidores do sexo feminino (inadimplência potencial de 8,9%), com idade acima de 35 anos (9,4%) e renda familiar inferior a cinco salários mínimos (8,2%).

A pesquisa aponta que 74,4% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 11,0% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 14,6% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos.

A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência. Dos fatores que os consumidores consideram que mais contribuem para esse problema são:

• A falta de orçamento e controle dos gastos, com 28,6%;

• O aumento dos gastos considerados essenciais, com 26,6%;

• Redução dos rendimentos, com 22,5%;

• Compras antecipadas, com 19,5%;

• As compras por impulso, sem necessidade ou além do necessário, com 19,3%;

• Gastos imprevistos, com 12,1%; e

• Desemprego, com 11,3%.


Com informações da Fecomércio